Bem-vindo, caro leitor! Este é um blog de notícias experimental, organizado por seis alunos do curso de jornalismo da UFES, 2º período. Neste local abordaremos temas relativos à população inserida à margem da sociedade.

Um canal em que todos podem se expressar abertamente, de forma igualitária e RESPEITOSA. Lembre-se: gritar é se expressar repentinamente, expondo as dores e as angústias. Esteja livre para compartilhar o seu grito.




segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um gole de lucidez

Esta semana, OO Grito entrevistará o ex-alcoólatra Luiz Carlos Ferreira, aluno de Publicidade e Propaganda da Ufes. Luiz atendeu nossa equipe e respondeu às perguntas de forma tranqüila e segura. Usando seu tom irônico, relata seu primeiro contato com as bebidas, sua dependência e como superou tal vício.

OO Grito: O que levou você a começar a beber?
Há vários motivos que me levaram a beber: em primeiro lugar vieram as festas de família no Natal e no Ano Novo; em segundo, comecei a beber para ficar mais desinibido em festas; e, depois, para acompanhar colegas. Com fama de ‘louco’ no bairro, curti muito, devo o meu jeito de interpretar o mundo a eles, mas tudo em excesso é maléfico.

 OO Grito: Quais as sensações que você sentia quando consumia álcool?
Bem estar e vontade de se expressar.

OO Grito: Qual foi o motivo principal que o fez parar de beber?
No inicio é muito legal, virar noites bebendo, ‘pegação’, drogas, momentos inesquecíveis, mas chega um ponto que seu organismo e sua mente não agüentam esse ritmo. Com o tempo, a impressão é que as posições se invertem. Não era mais eu que consumia a bebida e o momento. Eu dependia obstinadamente de beber, não mais para ficar alegre, mas para anestesiar minhas angústias e frustrações. Nesse sentido, comecei a agredir quem estava perto de mim. Nos dias posteriores aos porres eu me envergonhava com as situações. Perdi relações com pessoas muito legais por  isso.

OO Grito: Qual a diferença entre quando você bebia e agora, sem álcool?
A diferença é que agora estou mais calmo, sem disfunção, mais introspectivo e caseiro.

OO Grito: O que as outras pessoas falavam quando você bebia? Havia discriminação?
No início, ficava meio extrovertido, engraçado, as pessoas gostavam de mim. Com o tempo, as coisas foram ficando mais pesadas, críticas vinham de todos os lados. Pela frente é muito difícil alguém falar de você. Discriminação sempre existiu, já dizia um filosofo do absolutismo: “O homem é o lobo do próprio homem”.

OO Grito: Costumava gastar muito com bebidas?
Muito. Gastava meu salário quase todo com bebidas e ‘zoação’

OO Grito: Sente algum efeito provocado pela bebida?
Não. Raramente a bebida deixa algum sintoma em ex-alcoólatras.

OO Grito: Sente falta do álcool em seu organismo? Tem vontade de voltar a beber?
Às vezes sim, geralmente em momentos de euforia.

OO Grito: Tem receio de ter uma recaída?
Sim, geralmente em festas em que a consumação é liberada.

OO Grito: O que te faz não ingerir novamente qualquer bebida alcoólica?
Orgulho.

OO Grito: Atualmente, você bebe?
Não, o amanhã quem sabe!

OO Grito: Freqüentou algum grupo de ajuda, como Alcoólicos Anônimos?
Não.

OO Grito: Após beber, o que sentia: vergonha, arrependimento?
Depende do que eu fazia no dia anterior, mas mesmo não fazendo nada, eu ficava deprimido.

OO Grito: As pessoas realmente acreditam na sua recuperação?
Creio que sim.

OO Grito: As pessoas evitam beber perto de você para que não beba? Caso responda Sim, o que sente?
Não evitam, mesmo por que eu evito ambientes onde as pessoas bebem.

domingo, 23 de maio de 2010

Alunos especiais: integrar para socializar – Parte 3 (útlima parte)

Esta é a terceira parte da reportagem sobre a inserção de alunos com necessidades especiais nas salas de aula. Nessa última parte, mostraremos como o trabalho com os deficientes visuais.

A linguagem

Os deficientes visuais utilizam o braile como forma de registro escrito. É uma forma de comunicação baseada no alfabeto, o mesmo utilizado pelos não deficientes. São combinações de seis pontos, em alto relevo, em que cada combinação corresponderá a uma letra do alfabeto ou número. Em suma, braile é língua portuguesa.

Material de apoio

“Tem deficientes que rejeitam o braile”, diz Jair Antônio Marquioli, professor de história e bacharel em direito. “Outros rejeitam a bengala, o instrumento de locomoção. Os motivos são vários. Alguns têm rejeição natural, outros se negam a aprender por ouvir falar mal da bengala ou do braile, a partir de outros deficientes visuais”. Aprender o braile e as técnicas de locomoção é essencial para a inclusão do deficiente no ambiente escolar. “Os alunos fazem a prova em braile. Eu transformo para o alfabeto comum e os professores podem corrigir as provas”, diz Maria da Penha, professora de deficiência visual do CAP (Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual).

A sala de aula

Muitos deficientes visuais são discriminados em sala de aula. “Os professores ignoram, fingem não ouvir as perguntas”, diz Jair. “Já pensei em fazer mestrado, mas essa situação me incomoda. Alguns professores não dão a mínima pra você. Eles te ignoram”, completa.

As ferramentas

A reglete é um instrumento manual para a escrita do braile, em que os pontos em alto relevo são feitos no papel. É o mais antigo e simples.

Reglete

A máquina Perkins tem uma pequena semelhança com a máquina de escrever. Essa ferramenta escreve em braile. O deficiente utiliza as teclas e o braile vai sendo inserido na folha.

Máquina Perkins

O notebook, fornecido pelo MEC, é a inovação. “O aluno escolhe. Eu, por exemplo, prefiro a reglete. Até porque passei toda a minha graduação utilizando a reglete”, diz Jair.

O aluno escolhe qual instrumento deseja levar para a sala de aula.

Também existe o DOSVOX, um programa de computador que lê arquivos de texto. Foi desenvolvido pelo núcleo de computação eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “A maioria dos cegos que não querem aprender braile pensam que o DOSVOX irá resolver todos os problemas”, diz Jair. “Isso não é verdade, não há como aprender matemática, química e física com o DOSVOX. O braile é essencial”, completa.

DOSVOX

O centro de apoio

O Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual, CAP, ajuda a inserção dos deficientes visuais na sala de aula, ensinando-os braile e ministrando aulas de locomoção, em que eles aprendem a utilizar a bengala e a andar por conta própria.

O governo pretende mudar o centro de lugar, concentrando o apoio a todos os tipos de deficientes: cadeirantes, auditivos e visuais. “Não vai dar certo. Vai concentrar muitos deficientes em um mesmo lugar. As empresas de transporte não verão com bons olhos”, diz Jair.

O governo quer que o centro funcione apenas para a produção de livros. Isso deixaria os cegos sem um ambiente para aulas de locomoção e braile. “Nós fazemos esse trabalho aqui de teimoso”, diz Jair, já que o centro deveria apenas produzir livros em braile e não prestar assistência ao deficiente.

Apuração por João Carlos e Wilderson Morais
Texto e fotos por Wilderson Morais
Edição por Lila Nascimento

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Alunos especiais: integrar para socializar – Parte 2

Por João Carlos Fraga


Esta é a segunda parte da reportagem sobre a inserção de alunos com necessidades especiais nas salas de aula. Mostraremos como é o trabalho das escolas com alunos deficientes auditivos. 

 Os alunos deficientes auditivos

Sabia que a língua brasileira de sinais (LIBRAS) é totalmente diferente do português? E que essa língua é regulamentada por lei?
A linguagem brasileira de sinais é bastante diferente da língua portuguesa. Ela tem uma estrutura própria. Segundo a Professora de Deficiência Visual da Prefeitura da Serra, Alice Leila Bissoli, o surdo tem uma língua própria que não é a língua portuguesa. “O deficiente auditivo não fala: eu vou à casa de tal pessoa amanhã. Ele fala: amanhã, casa, tal pessoa. Ele não conjuga verbo, não usa preposição e não usa conjunção”.
No ano de 2002, o Presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei ordinária federal nº 10.436, a qual reconhece a língua brasileira de sinais, a Libras, como uma língua própria, diferente do português.
Existe ainda o decreto nº 5.626, de 2005, que regulamenta a Lei de Libras, apelido da lei 10.436. E ela diz, em seu Capitulo 2, no caput do artigo 8º, que: “As instituições de ensino da educação básica e superior, públicas e privadas, deverão garantir às pessoas surdas acessibilidade à comunicação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação”. Daí surge o primeiro problema.
A Lei somente no papel
Segundo Maria da Costa Pereira, intérprete de Libras, na maioria das escolas as aulas ainda são faladas. Isso dificulta a aprendizagem dos alunos com problemas auditivos, uma vez que necessitam de uma linguagem visual como gráficos, mapas e imagens. Maria diz ainda: “Para eles (deficientes) tem que ter uma adaptação da sala de aula e não há sequer uma sala de apoio para o contra turno.” A intérprete se refere à escola na qual trabalha, Maria Ortiz, localizada em Vitória.
Além disso, outra dificuldade encontrada pelos alunos é o desagrado de alguns professores que não aceitam o intérprete dentro da sala de aula. “O profissional intérprete sabe libras, mas não está preparado para estar na sala com um profissional que não o quer e, ao mesmo tempo, o professor não foi preparado para estar com intérprete ali do lado”, esclarece Maria.
Ainda sobre esse decreto que regulamenta a Lei de Libras, em seu artigo 8º, parágrafo 1º, inciso 1º, diz: “capacitar os professores para o ensino e uso da LIBRAS e para o ensino da Língua Portuguesa para surdos”. Segundo Maria da Costa, alguns professores não têm interesse em aprender ou conhecer a língua. “A SEDU (Secretaria de Educação) está dando curso, mas nem todos os professores têm interesse”.    
“O aluno especial é capaz de aprender”
Mesmo com todas as dificuldades e problemas encontrados, Maria se orgulha dos resultados que tem obtido com os alunos especiais. Eu até me emocionei num problema de física. Ele mesmo (o aluno deficiente) montou a fórmula. Ele já sabe a hora de multiplicar e de dividir. Isso mostra para o professor que o aluno especial é capaz de aprender, tira um rótulo”.
Ao ser questionada sobre o que precisa mudar no ensino dos alunos deficientes auditivos, Maria garante que deve haver parceria entre professores, pedagogos e intérpretes. Mas, sem sombra de dúvida, é primordial a aceitação dos profissionais de ensino. “Tem que dar oportunidade para a mudança, só assim podemos obter resultados.”

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Intercâmbio: o grupo que vem de fora

Muitos alunos de intercâmbio vêm ao Brasil para estudar. Estudantes de Moçambique, Guiné, Angola e de Países da América Latina aterrissam em nossas terras para aproveitarem uma oportunidade no ensino superior. Por que muitas pessoas nunca ouviram falar deles? Por que ficam restritos aos seus grupos e nós aos nossos?

A estudante Raísa, do curso de Administração, está há 6 anos no Brasil. Ela responde sobre o porquê da não interação com as outras pessoas. “Vocês conseguem interagir com a gente? Nós ficamos juntos pela afinidade que temos com a nossa língua. Estamos longe de nossas famílias e é natural a nossa união”.

Joselina, estudante de Comunicação Social, afirma que se formam as “panelinhas”. “Vocês não abrem espaço totalmente para quem quiser se integrar. É igual a nós. Vocês, em seus grupos na sala de aula, não percebem que fecham o círculo”. Ao ser indagada sobre preconceitos, a estudante diz indignada: “Já perguntaram se existe carro na África. Claro que existe. Outros pensam que não há avião e nem aeroporto. Eles perguntam como eu consigo chegar ao Brasil de carro. É um absurdo”.

Sobre a discriminação, a estudante Raisa diz: “A discriminação é pontual. É a que ocorre em qualquer lugar. Há uma ignorância muito grande sobre o que é a África. O mais comum é tratar cada país como se fosse o continente todo.” Ela ainda completa: “A África é composta por vários países, assim como o Brasil é composto por vários estados. Gostamos que as pessoas tenham uma visão correta do que é a África.”

Os intercambistas estão no Brasil através de um convênio que dura o tempo da graduação com um adicional de três meses. Eles participaram do PEC-G, um programa do Ministério da Educação que oferece oportunidades de formação superior a cidadãos de países com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais. Não há o chamado vestibular para entrar em uma universidade aqui no Brasil. Eles fazem um exame nacional em seu país de origem, o qual serve como uma prova de admissão.

Em ano de Copa do Mundo, abordamos sobre a possibilidade deles voltarem para casa com o objetivo de assistirem aos jogos. Eles demonstraram estarem mais preocupados com a UFES. “E as aulas aqui?”, indaga um rapaz intercambista. Disseram ser mais fácil os brasileiros assistirem ao torneio na África do Sul, mesmo estando em outro continente. Um dos alunos relata que um conhecido de Angola, país vizinho de onde será realizado o torneio, está limitando os vistos de entrada.

Alguns já se acostumaram com a vida brasileira e não querem voltar para seus países de origem. Outros desejam voltar para suas nações porque há mais oportunidades. “Lá há mais oportunidade de emprego para pessoas graduadas”, diz um rapaz do grupo de intercambistas. Eles não concordam com o pensamento de que eles ocupam as vagas das nossas universidades e empresas, pois os brasileiros tiram a vaga de outras pessoas em diversos países. “E os jogadores de futebol? E a Gisele Bundchen? Você sabe quantos brasileiros vivem e trabalham fora do Brasil?”, indaga um intercambista sentado mais ao fundo.

Cabe a nós romper as barreiras que impedem a melhor integração dos alunos intercambistas. Eles trazem uma experiência de vida muito diferente, assim como é a nossa. E é muito interessante que sejam compartilhadas. O crescimento é mútuo.

Apuração por Flávio Soeiro, Reuber Diirr e Willderson Morais
Texto por Flávio Soeiro
Edição por Wilderson Morais

E os transferidos?

Os alunos transferidos encontram um novo ambiente pela frente. Será que eles passam por dificuldades? Como as pessoas veem os alunos transferidos de outras instituições? OO Grito entrevista o aluno Honório Filho, do curso de Comunicação Social, para descobrir como se desenvolve a vida desses estudantes em um meio novo, universitário e público, dotado de pessoas com pensamentos pré-concebidos.

OO Grito - Por que mudou de faculdade/universidade?

Honório - Surgiu a oportunidade na UFES. Aqui é federal, não paga e é mais próximo da minha casa.

OO Grito - Quais as dificuldades encontradas ao mudar de instituição?
Honório - Não encontrei muita dificuldade. A passagem foi normal.

OO Grito - Quais são os prós e contras de cada instituição?

Honório - Nenhuma é melhor que a outra. São diferentes. A particular tem mais estrutura... Na federal você tem uma vida acadêmica extra, grupos de estudo, extensão, pesquisa. E, mesmo considerando a UFES como uma federal, não considero como um diferencial, pois muitas empresas contratam mais aqueles que fazem a particular que eu frequentava.

OO Grito - Você acha que os alunos transferidos são discriminados?

Honório - Não exatamente. O fato que me incomoda é não fazer parte de nenhuma turma. Eu tenho aulas em turmas diferentes. Não participei, por exemplo, do trote, da matrícula, etc.

OO Grito - Você encontrou dificuldade de socialização com os demais estudantes?

Honório - Sim. No inicio é difícil, principalmente por não fazer parte de nenhuma turma. Você chega em uma turma já formada e fica perdido.

OO Grito - Houve acolhimento por parte dos colegas de sala?

Honório - Não houve acolhimento e nem exclusão. Em momento algum me trataram mal. Achei normal, como em qualquer lugar.

OO Grito - Você apresenta alguma dificuldade em realizar trabalho em grupo?

Honório - Comecei a fazer grupo com os próprios transferidos. Mas quando precisei me juntar com outras pessoas não houve tanta dificuldade.

OO Grito - Ao chegar na Instituição Federal, recebeu as informações necessárias sobre as atividades universitárias, através de algum órgão ou de algum funcionário?

Honório - Tenho que correr atrás das informações. Funcionários, alunos. Na particular é muito mais fácil. Tudo anotadinho, como o ensino médio. Vou na Prograd (Pró-Reitoria de Graduação) e dizem uma coisa, vou no departamento e dizem outra.

OO Grito - Você já foi vítima de preconceito ou já presenciou algum?

Honório - Em relação ao fato de ser transferido, não.

OO Grito - Em relação aos professores, há diferença quanto ao tratamento dado aos alunos transferidos e aos não transferidos?

Honório - Absolutamente não.


Por Flávio Soeiro, Reuber Diirr e Wilderson Morais

Cinema ao alcance de todos

Por Raquel Malheiros


O cine clube Lima Barreto é um projeto o qual possibilita que o cinema e demais produções audiovisuais cheguem até as pessoas que não possuem acesso a esses meios de entretenimento e cultura. Sem fins lucrativos, o cine clube apresenta projeções públicas e gratuitas, possuindo uma estrutura democrática, compromisso social, cultural, educativo e ético. O projeto surgiu nos anos 80, no bairro Santo Antonio em Vitória, pela iniciativa de um grupo de jovens da comunidade. Antigamente, eram exibidos filmes em película, emprestados pelo Centro Cultural Carmélia de Souza, e exibidos na Igreja Matriz do bairro.

Durante um longo período, as exibições eram feitas com equipamentos obsoletos e até deixaram de acontecer, já que não possuíam ajuda financeira de nenhuma instituição ou órgão do governo. Somente no ano de 2009, com a ajuda de incentivos federais e da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas Metragistas do Espírito Santo (ABD Capixaba), as exibições voltaram a ocorrer.

Com o objetivo de cumprir o seu lema “Cinema ao alcance de todos”, o cine clube mudou seus locais de exibições. As apresentações ocorrem todos os sábados a partir das 19h na praça Stela Coimbra ou no CMEI Darcy Vargas, no bairro Santo Antônio, em Vitória. Essa alteração permitiu que um maior número de pessoas tenha acesso às várias produções, sendo elas curtas, longas, animação, cinema brasileiro e internacional. Os organizadores do projeto Mauro Ribeiro e Rogério Caldeira explicam que, além de possibilitar o acesso das pessoas ao cinema, uma das propostas do cine clube Lima Barreto é criar cine clubistas para acompanharem e atuarem nas sessões. Mauro acrescentou: “Acredito que as pessoas não são escolhidas, mas sim envolvidas pelo projeto”.

Aos poucos, o trabalho desenvolvido por Mauro e Rogério vem trazendo resultado. “Na praça, temos em média de 50 pessoas”, afirma Rogério Caldeira. O casal André Camargo e Alessandra Gusmão também acreditam na importância do projeto. “É um olhar diferente, a tela para os sem tela” disse André. A auxiliar de serviços gerais Iná de Assis, que freqüenta sempre que possível as exibições, comenta que ainda falta divulgação. “Deveria ser mais divulgado, têm pessoas que não sabem do cinema na pracinha.”

Os organizadores explicam também que a escolha dos filmes passa pelo consenso do cine clube e da ABD capixaba. A divulgação, quando possível , é feita por cartazes, e-mails e durante as vinhetas nas próprias sessões. As dificuldades para as exibições são, geralmente, as condições climáticas e mão de obra.



Caso você se interesse pelo projeto cine clube Lima Barreto e queira participar entre em contato com seus organizadores pelo email cineclubelimabarreto@gmail.com ou nos telefones:
(27) 3322-5139
(27) 3222-5334
(27) 9816-1621
(27) 9949-0431


sábado, 8 de maio de 2010

Alunos especiais: integrar para socializar - Parte 1

Por João Carlos Fraga


Sendo o respeito ao ser humano um dos valores do governo do Espírito Santo, pessoas com necessidades especiais não poderiam ser excluídas.


A Secretaria de Educação (SEDU) tem a iniciativa de integrar alunos especiais e alunos não especiais na mesma sala de aula. Esse trabalho vem sendo feito com todos os tipos de deficiência, como diz a responsável pela Educação Especial da SEDU, Edna Motta. “As escolas do estado atendem todos os tipos de deficiência como os deficientes auditivos, deficientes visuais, transtornos como autismo, síndromes, cadeirantes e doenças físicas severas”.

Edna Motta esclarece que, antes de 2008, esses alunos eram retirados de sala no horário de aula para receber reforço. Isso causava perda do conteúdo lecionado e de socialização. Além disso, os alunos especiais eram alvo constante de piadas. Hoje, o reforço é realizado no chamado “contra turno”, que é o atendimento especializado em cada necessidade para a aprendizagem fora do turno matriculado. “No contra turno, nosso objetivo é dar um atendimento especializado para esses alunos naquela deficiência que ele tem. O único que atendemos dentro do próprio turno é o deficiente auditivo, porque enquanto o professor fala, o intérprete vai traduzindo”, diz.

Antes também, o governo possuía poucos professores e profissionais especializados. Atualmente isso foi corrigido através da contratação de profissionais recém-formados, como enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Enquanto isso dentro das escolas...

Mesmo autorizado pela superintendência de educação de Carapina, setor que cobre as escolas estaduais de Vitória, a Escola Arnulpho Mattos, no bairro República, em Vitória, não autorizou o repórter do blog OO Grito a conversar com nenhum funcionário da escola. O repórter João Carlos Fraga não encontrou nenhum funcionário especializado no local. A coordenação informou que esse tipo de trabalho iria começar em breve, já que a funcionária responsável é nova na escola.