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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Projeto social abre as portas para o futuro

A Escola de Samba capixaba Mocidade Unida da Glória (MUG) volta sua atenção ao presente com um projeto social que busca ensinar às crianças da comunidade, alguns ofícios vinculados ao samba. Criado em 2004, o Projeto MUG do Futuro está localizado na quadra da MUG, em Vila Velha (ES), e oferece oficinas de dança e percussão aos menores da região da Glória tendo como finalidade arrebatar contingente para seu elenco, tirando os menores dos perigos da criminalidade. O vice-presidente da escola, Arnaud Agostinho Cordeiro Filho, revela os objetivos futuros da MUG.

O Projeto MUG do Futuro, criado há seis anos, teve sua origem de forma curiosa. No período carnavalesco cerca de 120 pessoas da escola levavam seus filhos para a quadra e, assim, acabavam aumentando a quantidade de pessoas na quadra da escola. Perante isso, outro aspecto observado pela agremiação era a diminuição das pessoas no elenco da mesma. Partindo dessa premissa, a escola criou o Projeto MUG do Futuro, como forma de dar oportunidade aos menores e abrir-se à comunidade. O Projeto funciona na quadra da Mocidade, que comporta cerca de quatro mil pessoas e atende aos bairros do Aribiri, D. João Batista, Glória e Jaburu que são localidades carentes e, por isso, tais crianças podem estar mais sujeitas à criminalidade. Inicialmente o Projeto contava com 25 alunos passando para 43 e, de 2009 em diante, conta com 86 integrantes que estão dentro de uma faixa-etária entre nove e 15 anos.

O MUG do Futuro recebe os jovens todos os sábados, das oito ao meio-dia e oferece café-da-manhã (fornecido por parceiros que preferem não ser divulgados), além disso, tem oficinas de dança, com aulas de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, oficinas de música, e os jovens fazem aulas de percussão na própria Bateria da MUG. Dessa forma o Projeto encaminha cada criança de acordo com sua afinidade ou talento, após uma triagem. Essa ideia tenta trazer as crianças para dentro da escola de Samba, ficando por toda a manhã de sábado, onde, é realizada uma análise sobre a criança: os responsáveis observam se o adolescente estuda (caso contrário, não participa) e se possui uma boa convivência social. Isso ocorre, pois, o Projeto desenvolve passeios às grandes empresas e, para isso, é necessário ter os requisitos citados, já que o Projeto ressalta a importância do convívio social para a vida.

Atualmente, a MUG conta com 25 ritmistas que tocam e desfilam no carnaval. A MUG oferece um aprendizado aos jovens que, demonstrando interesse, são aproveitados. Um exemplo disso é o terceiro casal de Porta-Bandeira e a segunda Porta-Bandeira oficial, que vieram do Projeto. Além das oficinas, o Projeto recebeu uma doação de 20 computadores da Caixa Econômica Federal para a criação de um laboratório de informática, originando uma escolinha, que começará no próximo mês de maio. A escola objetiva promover a inclusão digital, privilegiando além das crianças, a terceira idade. Foram criadas faixas-etárias nos três turnos do dia, além da ideia de implementação de uma lan-house dentro da MUG para que essas pessoas possam usar os computadores como ferramentas de pesquisa, inclusive durante os finais de semana.

A procura é grande, porém, há uma pré-seleção para participar do projeto havendo uma prioridade para as crianças que moram em bairros próximos à quadra da Escola de Samba (Aribiri, D. João Batista, Glória e Jaburu) pelo fato de não existir voluntariado para coordenar as oficinas. Para tornar-se um voluntário, basta apenas chegar à quadra e dizer no que contribuir. Nesses seis anos de existência, cerca de 200 jovens já passaram pelo projeto.

Diante de tantas atividades, a comunidade apóia e os pais incentivam a ida de seus filhos ao projeto, já que são pessoas da própria comunidade que aprendem a cantar, dançar, escrever e até informática, sendo inseridas na própria MUG como futuros instrutores. Mesmo dentro da Escola de Samba, o Projeto sofreu algumas dificuldades com as drogas. Houve dois casos em que os jovens não aceitaram largar as drogas e o Projeto optou por retirá-los do convívio com os demais, por causarem ‘perigo’. O Projeto MUG do Futuro encontra-se de férias, pois, desde novembro de 2009 houve uma pausa para os preparativos carnavalescos, além do período de férias e, com o término das festividades do Convento da Penha, o projeto retoma suas atividades no mês de maio, por a escola ter todo um critério religioso, nesse período de quaresma.

O Projeto está aberto para novas parcerias, inclusive com outras agremiações, como forma de aumentar o alcance do mesmo. A MUG começou com um projeto social para adolescentes, mas pode evoluir para melhoria qualitativa da comunidade. Partindo dessa ideia, a Escola de Samba capixaba abre suas portas. “Escola de Samba não é somente carnaval, uma vez que ela deve ter, por obrigação, outra afinidade social”, disse Arnaud.


Por Reuber Diirr.

3 comentários:

  1. Sério, tenho problemas pra ler o blog de vocês. Esse branco no preto cansa a vista. Mas a matéria ficou boa! beijocas, Rebeca

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  2. Ah, mlk!
    Olha a MUG aêê! \o/
    De Vila Velha para o mundo hahuahua
    em tempo, bela matéria!

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  3. Daniel com o slogan da Mix FM kkk. Valeu cara! A matéria foi selecionada para mostrar que a escola de Samba não pensa somente em samba, mas na inclusão de pessoas através dele.

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